Resultado das eleições de 2022 para a Assembleia Legislativa do Maranhão – ALEMA

Arleth Santos Borges, Andressa Brito Vieira, Antonio Marcos Pereira, Marcelo Fontenelle e Silva, Soraia França Weba

No pleito de 2022, 559 candidatos/as disputaram as 42 vagas do Legislativo maranhense. O comparecimento eleitoral foi de 3.918.212 (94, 47%), os votos nulos foram 80.393 (2,05%), os brancos 136.366 (3,48%) e o quociente eleitoral ficou em 87.882 votos.

Dos membros que compõem a atual legislatura, incluindo eleitos em 2018 e suplentes que se tornaram titulares, 32 se candidataram à reeleição e 09 não concorreram. Dos que tentaram a reeleição, 16 foram reeleitos e 17 derrotados; 26 são novos, o que significa uma taxa de renovação líquida da ordem de 64,28%.

Novos (26)

Reeleitos (16)

Não Reeleitos (17)

Não se candidataram à ALEMA (10)

Abigail Cunha (PL)

Aluizio Santos (PL)

Carlos Lula (PSB)

Claudia Coutinho (PDT)

Claudio Cunha (PL)

Davi Brandão (PSB)

Dra. Viviane (PDT)

Edna Silva (Patriota)

Eric Costa (PSD)

Fabiana Vilar (PL)

Florêncio Neto (PSB)

Francisco Nagib (PSB)

Fernando Braide (PSC)

Guilherme Paz (Patriota)

Hemetério Weba (PP)

Iracema Vale (PSB)

Janaína Ramos (Republicanos)

Júnio Cascaria (Podemos)

Júlio Mendonça (PCdoB)

Junior França (PP)

Juscelino Marreca (Patriota)

Leandro Bello (Podemos)

Osmar Filho (ODT)

Ricardo Arruda MDB)

Rodrigo Lago (PCdoB)

Solange Almeida (PL)

Ana do Gás (PCdoB) Andreia Rezende (PSB) Antônio Pereira (PSB)

Ariston Gonçalo (PSB)

Arnaldo Melo (PP)

Dr. Yglésio (PSB)

Daniella (PSB)

Glaubert Cutrim (PDT)

Welington do Curso PSC)

Mical Damasceno (PSD)

Neto Evangelista (União)

Othelino Neto (PCdoB)

Rafael Leitoa (PSB)

Ricardo Rios (PCdoB)

Rildo Amaral (PP)

Roberto Costa (MDB)

Adelmo Soares (PSB)

Adriano Sarney (PV)

Betel Gomes (MDB)

César Pires (PSD)

Ciro Neto (PDT)

Dra. Thaiza (PDT)

Edson Araujo (PSB)

Fábio Braga (PP)

Helena Duailibe (PP)

Leonardo Sá (PP)

Jota Pinto (Podemos)

Marco Aurélio (PSB)

Pará Figueiredo (PL)

Socorrro Waquim (Thaiza Hortegal (PDT)

Wendel Lages (PV)

Vinícius Louro (PL)

Zé Inácio (PT)

Cleide Coutinho Carlinhos Florêncio

Detinha

Duarte

Edvaldo Holanda

Fábio Macedo

Helio Soares (PL)

Márcio Honaiser

Pastor Cavalcante (PDT)

Paulo Neto

Fonte: LEGAL – MA

Nessa nova composição da ALEMA, 08 mulheres ingressaram e 04 foram reeleitas, totalizando 12 cadeiras a serem ocupadas por mulheres, quatro a mais que no pleito anterior. No aspecto étnico racial, 21 dos/as eleitos/as se declararam pardos, 20 brancos, 01 preto e nenhum indígena; no pleito anterior foram 29 brancos/as, 12 pardos/as e 01 preto.

Doze partidos conquistaram assento no legislativo estadual, com a seguinte distribuição das vagas:

PSB

PCdoB

PL

PDT

PP

PATRIOTA

MDB

PODEMOS

PSC

PSD

REPUBLICANOS

UNIÃO

11

5

5

4

4

3

2

2

2

2

1

1

Fonte: LEGAL- MA

O Número Efetivo de Partidos (NEP) da ALEMA ficou em 7,73, mantendo-se a tendência de queda deste indicador comparativamente ao pleito anterior, que foi de 11,0. Desde 2002, o mais elevado nível de fragmentação ocorreu em 2014 quando o NEP Parlamentar foi de 18,01 partidos efetivos. A queda do NEP Parlamentar já era um cenário esperado tendo em vista a proibição de coligações, a criação de federações e a introdução de cláusulas de desempenho individuais, embora, no caso da disputa para deputado estadual no Maranhão, houve apenas uma federação, a Federação Brasil Esperança, que uniu PT, PCdoB e PV, elegendo apenas candidatos deste último.

Destaque-se que a Coligação vencedora na disputa para o governo estadual, que elegeu Carlos Brandão (PSB) foi constituída por vários partidos (PSB, MDB, PP, Patriota, Podemos, PT, PCdoB, PV, PSDB e Cidadania, que em regra tiveram bom desempenho na eleição proporcional, conquistando 27 vagas (64%), o que vai além da maioria absoluta na ALEMA.

Em relação à ideologia, a esquerda conquistou vinte cadeiras, o centro duas e a direita 20, dados que, em comparação com 2018, revelam um encolhimento do centro, manutenção do tamanho da esquerda e um aumento significativo da direita. Destacam-se o crescimento do PSB, atual partido do governador Carlos Brandão e do senador eleito e ex-governador Flávio Dino; o enfraquecimento do DEM (que se tornou União Brasil, após fusão com o PSL), que passou de 5 para 1 deputado; e o aumento do PL, na mesma proporção da diminuição do DEM/União, passando de um assento em 2018 para 5 em 2022.

Um traço marcante dessa eleição é a reiteração do familismo político na composição do legislativo maranhense, envolvendo a maioria das famílias já identificadas como recorrentemente presentes na ALEMA desde 2002, caso das famílias Coutinho, Evangelista, Melo, Rezende e Braide, como de novas famílias que se consolidam na política estadual e na ALEMA, como a Maranhãozinho, cujos cônjuges Josimar e Detinha, já exerceram mandato no legislativo estadual e agora foram eleitos para a Câmara Federal, deixando, porém familiares na ALEMA (Fabiana Vilar e Cláudio Cunha). Outras famílias de ex-parlamentares com longas passagem na ALEMA, antes mesmo de 2002 também conquistaram mandatos em 2022: Florêncio Neto, Guilherme Paz e Rodrigo Lago; Ricardo Arruda e Abigail Cunha são, respectivamente filho e esposa de ex-deputados e atuais prefeitos.

E a lista de eleitos com parentescos com prefeitos e prefeitas segue com Iracema Vale, Solange Almeida, Dra. Viviane, Edna Silva, Janaína Ramos, Daniela e Ana do Gás, que disputa o segundo mandato. E entre os filhos ou filhas de gestores municipais temos ainda: Davi Brandão; Osmar Filho, que também é vereador na capital; Ricardo Rios, e Juscelino Marreca. Esposas prefeitas também estão enviando seus cônjuges para a ALEMA, caso de Hemetério Weba e Júnior França. Outros vínculos podem ainda ser identificados. Poucos eleitos/as não possuem vínculos familiares na ALEMA ou em outras esferas de poder governamental, mas, em geral ocuparam cargos eletivos ou administrativos em governos municipais ou estadual como Carlos Lula e Júlio Mendonça, ou destacaram-se por suas atividades profissionais como Wellington do Curso; ou ainda advindos de espaços de grande capilaridade social, como Mical Damasceno, que é ligada a igrejas evangélicas. Na contramão desse familismo, chamou atenção a não reeleição de Adriano Sarney, único membro da família Sarney no legislativo maranhense.

Em que pese a grande renovação na ALEMA visto que somente 16 da atual legislatura se reelegeram a mudança não, não é tão expressiva quando se considera as elites políticas do estado como um todo, afinal a maior parte dos novos eleitos já integram redes políticas e familísticas tanto da ALEMA como de governos municipais. No que concerne às relações executivo-legislativo, o cenário que se apresenta à nova legislatura e segundo mandato do governador Carlos Brandão é de cooperação tendo em vista que a coligação eleitoral do governador eleito também foi vencedora no legislativo estadual.