Viver para a terra: o caso de Rondônia

Este documentário é resultado das atividades do Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal (LEGAL), com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS) e da Iniciativa Amazônia + 10 /CONFAP, por intermédio do projeto: Governança policêntrica, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável na pan-amazônia. O LEGAL é um laboratório interinstitucional vinculado ao Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ), com sede na UNIFAP, que reúne pesquisadores de universidades públicas dos nove estados que compõem a região. Área de fronteira, formada sob forte influência autoritária e notória herança militarista, terra do agronegócio, importante produtor de commodities, Rondônia também possui um dos maiores rebanhos bovinos entre os estados brasileiros e, desde a década de 1980, proporcionalmente, um dos mais numerosos eleitorados evangélicos do País. A partir da década de 1970, ainda durante o período territorial, inicia-se o período de colonização agrária liderado pelo INCRA que acarretou um dos maiores ciclos migratórios da história brasileira. Milhares de migrantes, oriundos principalmente da Região Sul, chegaram a Rondônia em busca de terras prometidas pela União, no contexto ditatorial da política do “Integrar para não entregar”. Diante de um conjunto de características que poderíamos denominar como uma “combinação explosiva” para o ultraconservadorismo, Rondônia foi o único estado em que Jair Bolsonaro (PL) venceu em todos os municípios em ambas as disputas presidenciais de 2018 e 2022. Esse processo de radicalização à direita se intensificou durante a presidência de Bolsonaro e encontrou “terreno fértil” na problemática agrária. Se é notório que a falta de regularização fundiária reflete a incapacidade do poder público em resolver um problema de décadas, com inúmeras consequências nocivas, principalmente à questão ambiental, é fato também que a presidência de Bolsonaro incentivou um desmonte das políticas de preservação do meio ambiente, em nome de um suposto desenvolvimento econômico. Nesse sentido, foi amplamente incentivada pelo governo Bolsonaro a invasão de áreas de preservação ambiental por grileiros, criadores de gado, garimpeiros, mas também por pessoas simples, os “sem-terra de direita”, que estavam em busca de um pedaço de terra para morar e produzir. “Viver para a terra: o caso de Rondônia” aborda a questão, buscando compreender de forma analítica essa realidade.

Agradecimentos: Iniciativa Amazônia+10 e Instituto Clima e Sociedade