UM BALANÇO DAS ELEIÇÕES EM MANAUS: A REELEIÇÃO DE DAVID ALMEIDA E OS NOVOS ARRANJOS PARTIDÁRIOS NA CÂMARA MUNICIPAL

Marilene Corrêa da Silva Freitas, Ludolf Waldmann Júnior, Paula Mirana Sousa Ramos, Breno Rodrigo de Messias Leite, Simone Machado de Seixas, Tereza de Sousa Ramos

Introdução

Manaus, com o oitavo maior colégio eleitoral do Brasil, reúne 1.257.129 eleitores aptos a votar, o maior da Região Norte e da Amazônia Legal. Esse peso eleitoral estratégico posiciona a capital amazonense como um importante termômetro político na definição do pacto federativo brasileiro, especialmente em um contexto nacional de elevada temperatura da polarização partidário-ideológica.

As eleições municipais de 2024 em Manaus foram marcadas por uma disputa acirrada, com seis candidatos que apresentaram agendas distintas e refletiram as diferentes demandas da população manauara. Cada um dos candidatos representou visões específicas para o futuro da cidade, abordando temas essenciais como segurança pública, desenvolvimento sustentável, mobilidade urbana e governança na arena municipal.

Entre os candidatos, David Almeida (Avante), atual prefeito, buscava a reeleição com o compromisso de dar continuidade aos projetos de sua gestão, destacando iniciativas em áreas como infraestrutura, saúde e modernização administrativa. Capitão Alberto Neto (PL), deputado federal em segundo mandato e apadrinhado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, apresentou uma plataforma voltada para a segurança pública, com ênfase em ações ostensivas e repressivas para combater a criminalidade. Já Amom Mandel (Cidadania-PSDB), deputado federal mais votado do Amazonas em 2022, simbolizava a renovação política, defendendo pautas ligadas à transparência na gestão pública, sustentabilidade ambiental e inovação tecnológica.

Outro nome de destaque foi o de Marcelo Ramos (PT), ex-deputado federal e ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, que contou com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a despeito das resistências que sofreu de parte da esquerda amazonense. Ramos apresentou uma plataforma fortemente centrada na sustentabilidade, com propostas para fortalecer a bioeconomia, a agroecologia e as políticas de inclusão social. Wilker Barreto (Mobiliza) focou sua campanha em propostas para modernizar a gestão pública e melhorar o planejamento urbano, enquanto Roberto Cidade (União Brasil), deputado estadual e aliado do governador Wilson Lima, procurou atrair o apoio de setores empresariais e do funcionalismo público. Por fim, Gilberto Vasconcelos (PSTU), fiel à causa revolucionária, defendeu a estatização da economia municipal e políticas voltadas à classe trabalhadora, embora com menor apelo eleitoral.

Este boletim tem como objetivo analisar os resultados das eleições municipais de 2024 em Manaus, com foco em dois aspectos principais: (1) os fatores que levaram à reeleição do prefeito David Almeida, (2) os impactos das eleições na composição da Câmara Municipal de Manaus, destacando a sua nova composição parlamentar e partidária.

Análise da vitória eleitoral de David Almeida

David Antônio Abisai Pereira de Almeida, 55 anos, é natural de Manaus e bacharel em Direito pela Universidade Luterana de Manaus (Ulbra). Iniciou sua carreira política aos 27 anos e foi eleito deputado estadual por três mandatos consecutivos (2006, 2010 e 2014). Durante o biênio 2017/2018, presidiu a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) e assumiu interinamente o governo estadual após a cassação do então governador José Melo de Oliveira e de seu vice pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em 2020, Almeida foi eleito prefeito de Manaus pela primeira vez, vencendo o segundo turno com 466.970 votos. Durante este mandato, buscou implementar projetos prioritários em áreas como mobilidade urbana, saúde, educação e infraestrutura. Em busca de sua reeleição, trouxe como promessa principal a continuidade dos projetos de sua gestão, pesem as fortes críticas que recebeu no que se refere à transparência de sua administração e aos problemas enfrentados na saúde pública.

Contando com o apoio da máquina administrativa municipal, sua candidatura foi apoiada pela coligação Avante Manaus (composta por Avante, PSD, MDB, DC e Agir), de centro-direita, com o ex-secretário municipal de infraestrutura Renato Junior (Avante), figura importante em sua base política e para a visibilidade das políticas públicas, como vice-prefeito. A composição partidária de suas alianças assegurou o apoio de importantes lideranças políticas amazonenses, como os senadores Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB), o que contrabalançava os custos políticos de seu rompimento com o governador Wilson Lima (União Brasil).

No primeiro turno das eleições municipais de Manaus em 2024, sua campanha foi marcada por sua ausência nos debates promovidos na imprensa amazonense e pelos duros ataques que recebeu de seus principais adversários, Amon Mandel (Cidadania), Alberto Neto (PL), Roberto Cidade (União Brasil) e Marcelo Ramos (PT). A maioria das pesquisas eleitorais na época indicava que o prefeito mantinha a liderança na disputa eleitoral que variava entre 25-35% das intenções de voto, com uma pequena folga em relação à disputa acirrada entre Mandel, Alberto Neto e Cidade pela outra vaga no segundo turno. Ao fim dessa primeira disputa eleitoral, o prefeito conquistou 354.596 votos, representando 32,16% dos votos válidos. Em busca da reeleição, enfrentaria o deputado federal Capitão Alberto Neto, que teve 275.063 votos, equivalentes a 24,94%.

O segundo turno foi marcado por uma recomposição das alianças políticas, em especial pelo anúncio, que surpreendeu muitos analistas, do apoio de Amon Mandel à candidatura de Alberto Neto. O candidato do PL buscou reforçar sua posição como representante de uma direita conservadora “autêntica”, alinhada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com apoio de outras figuras importantes da extrema-direita brasileira, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), mas rejeitou buscar apoio do governador Wilson Lima (União Brasil).

Almeida, por sua vez, também fez sinalizações à direita, reafirmando-se um conservador evangélico, mas o que não o poupou de sofrer araques de Bolsonaro durante o pleito, quando foi chamado de “Pinóquio manauara”. Ele também rejeitou buscar qualquer apoio junto ao bloco liderado pelo governador, mas encontrou a adesão informal de parte da esquerda manauara à sua candidatura. Oficialmente, o PT adotou neutralidade na disputa, mas vetou qualquer possibilidade de apoio ao PL. Dessa maneira, o prefeito acabou se beneficiando da rejeição à Alberto Neto de grande parte do eleitorado progressista de Manaus, que no primeiro turno dividiu-se principalmente entre as candidaturas de Marcelo Ramos e Amon Mandel.

Dessa forma, no segundo turno das eleições municipais de Manaus em 2024, o candidato pelo Avante foi reeleito prefeito da capital amazonense, consolidando sua posição como uma das principais lideranças políticas da região. Almeida conquistou 576.171 votos, representando 54,59% dos votos válidos, enquanto seu principal adversário, o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL), obteve 479.297 votos, equivalentes a 45,41%.

A eleição contou com 1.055.468 votos válidos na capital amazonense. Além disso, foram registrados 30.241 votos nulos (2,73%) e 22.161 votos em branco (2%). Ao todo, participaram do pleito 1.107.870 eleitores, correspondendo a uma taxa de comparecimento de 76,61%, enquanto a abstenção alcançou 338.252 eleitores, ou seja, 23,39% do total.

A reeleição de David Almeida vem acompanhada de grandes desafios, especialmente nas áreas de infraestrutura urbana, serviços públicos e sustentabilidade. Entre os principais pontos de sua agenda estão:

  1. Transporte Coletivo: Promover uma profunda reforma no sistema de transporte público, que enfrenta duras críticas devido a tarifas elevadas, infraestrutura inadequada e uma integração insuficiente entre as principais vias da capital. Resolver esse problema será fundamental para melhorar a mobilidade urbana em uma cidade que enfrenta congestionamentos crescentes e opções limitadas de transporte;
  2. Saneamento Básico: Expandir a cobertura de serviços essenciais como água potável e esgotamento sanitário. Manaus ocupa a 86ª posição no que se refere aos índices de saneamento básico das 100 maiores cidades brasileiras, com apenas 99,49% da população tendo acesso à água tratada e 26,09% à coleta de esgoto, um número insuficiente considerando as demandas crescentes da cidade;
  3. Urbanização e Habitação: Ampliar políticas habitacionais para reduzir o déficit habitacional e atender a populações vulneráveis. De acordo com o Censo de 2022, Manaus abriga 236 comunidades urbanas (favelas), com cerca de 1.151.828 moradores, ou seja, mais da metade da população da cidade (55,81%) vive em áreas irregulares;
  4. Saúde e Educação: Investir na qualificação dos serviços de saúde e educação, com foco na expansão de vagas em creches e na formação de profissionais. Atualmente, Manaus apresenta um dos menores percentuais de crianças matriculadas em creches entre as capitais brasileiras (16%), bem abaixo da média nacional (38%). Além disso, é essencial ampliar o acesso a cuidados de saúde para populações periféricas e ribeirinhas;
  5. Sustentabilidade e Mudanças Climáticas: Aproximar Manaus das metas globais de preservação ambiental, fortalecendo iniciativas de bioeconomia, combate ao desmatamento e mitigação das mudanças climáticas. Como porta de entrada para a Amazônia, Manaus desempenha um papel crucial no desenvolvimento de políticas de sustentabilidade e preservação da floresta tropical.

Como a maior cidade da Amazônia, Manaus é estratégica para debates sobre preservação ambiental, desenvolvimento econômico sustentável e inclusão social. Em seu segundo mandato, é possível e desejável que David Almeida intensifique parcerias com os governos estadual e federal, além de atrair investimentos externos que possam fomentar o crescimento econômico e social da cidade.

Renovação da Câmara Municipal de Manaus para a legislatura 2025-2028

A Câmara Municipal de Manaus (CMM) para 2024 apresenta uma composição com 41 vereadores, distribuídos entre diversos partidos políticos. A análise a seguir considera a distribuição partidária, alinhamentos ideológicos (esquerda, direita e centro) e possíveis posicionamentos como governistas ou oposicionistas.

CANDIDATOS ELEITOS

PARTIDO

VOTOS

Sargento Salazar

PL

22.594

Zé Ricardo

PT

17.395

Thaysa Lippy – reeleita

PRD

16.116

Marco Castilhos

União Brasil

14.621

Kennedy Marques Protetor – reeleito

MDB

14.548

Eduardo Alfaia – reeleito

Avante

13.281

Everton Assis – reeleito

União Brasil

12.429

Rodrigo Guedes – reeleito

PP

12.298

David Reis – reeleito

Avante

11.285

Diego Afonso – reeleito

União Brasil

10.753

Joelson Silva – reeleito

Avante

10.237

Aldenor Lima

União Brasil

9.744

Saimon Bessa

União Brasil

9.625

Capitão Carpê – reeleito

PL

9.583

João Carlos – reeleito

Republicanos

9.499

Allan Campêlo – reeleito

Podemos

9.454

Dr. Eduardo Assis – reeleito

Avante

9.197

Gilmar Nascimento – reeleito

Avante

8.847

Dione Carvalho – reeleito

Agir

8.823

Elan Alencar – reeleito

DC

8.611

Ivo Neto – reeleito

PMB

8.437

Jaildo Oliveira – reeleito

PV

8.411

Rosivaldo Cordovil – reeleito

PSDB

8.146

Eurico Tavares

PSD

8.118

Professora Jacqueline – reeleita

União Brasil

8.081

Yomara Lins – reeleita

Podemos

8.006

Rosinaldo Bual – reeleito

Agir

7.892

Jander Lobato – reeleito

PSD

7.755

Roberto Sabino – reeleito

Republicanos

7.579

João Paulo Janjão

Agir

7.555

Professor Samuel – reeleito

PSD

7.232

Coronel Rosses

PL

7.169

Raiff Matos – reeleito

PL

7.169

Raulzinho – reeleito

MDB

7.001

Rodinei Ramos

Avante

6.713

Marcelo Serafim – reeleito

PSB

6.646

Mitoso – reeleito

MDB

6.199

Rodrigo Sá

PP

5.781

Pai Amado

Avante

5.627

Paulo Tyrone

PMB

4.670

Sérgio Baré

PRD

3.466

Fonte: TSE

O resultado das eleições municipais de Manaus em 2024 revela um quadro de hiperfragmentação partidária significativa na composição da nova legislatura da Câmara Municipal. Com um total de 41 vereadores eleitos, a divisão entre 16 partidos evidencia a pluralidade de forças políticas representadas, mas também levanta desafios relacionados ao custo de governabilidade, alinhamento partidário-ideológico e formulação de políticas públicas para o município.

Gráfico, Gráfico de barras

Descrição gerada automaticamente
Fonte: elaboração própria com dados do TSE

Análise da concentração moderada. O Avante, partido do prefeito reeleito, lidera em número de cadeiras, com sete vereadores, seguido pelo União Brasil, agremiação do governador Wilson Lima, com seis cadeiras, e do PL, com quatro vereadores eleitos. MDB, PSD e Agir aparecem logo a seguir, com três cadeiras cada. Este equilíbrio moderado impede, até momento, que um único partido ou bloco domine a CMM, refletindo um ambiente político mais descentralizado na formulação da agenda e no processo decisório. Embora os dois maiores partidos detenham aproximadamente 32% das cadeiras, a governabilidade dependerá de coalizões amplas e acordos interpartidários de modo temporário ou contínuo em coalizões minimamente vitoriosas.

Fragmentação da representação. A presença de partidos menores, como PT, PV, PSDB, PSB e DC, com apenas um vereador cada, é produto direto de uma fragmentação representativa constante que amplia a diversidade ideológica, mas também pode comprometer o poder de controle do legislativo de tais partidos em um cenário majoritariamente centrado em questões locais e pragmáticas.

Renovação e continuidade. Em larga medida, as eleições municipais representaram também a reafirmação da continuidade na CMM. 28 vereadores da legislatura anterior conquistaram a reeleição no pleito, equivalente a cerca de 68% das cadeiras em disputa. As novidades se concentram nos 13 novos ocupantes de vagas na Câmara, numa taxa de renovação de aproximadamente 32%. Deve-se notar, no entanto, que parte destes novos nomes são de políticos com longa trajetória política em Manaus e no Amazonas, como por exemplo o ex-deputado federal, estadual e vereador Zé Ricardo (PT), que volta a ocupar uma cadeira no legislativo municipal manauara a partir do próximo ano.

Família e política. Um outro aspecto revelado pelas eleições municipais foi a força do familismo e das dinastias políticas em Manaus. Aproximadamente 25% dos eleitos para a CMM têm relações de parentesco direto (filhos, pais, irmãos e avós) ou são cônjuges de outros políticos amazonenses. Destacam-se aqui a terceira vereadora mais votada no pleito, Thaysa Lippy (PRD), filha do deputado estadual Felipe Souza (PRD) e neta do ex-vereador de Manaus Luizinho Souza; Yomara Lins (Podemos), pertencente à tradicional família Lins, cuja atuação na política amazonense data da década de 1970 e tem atuação no parlamento estadual, no Congresso Nacional e no Tribunal de Contas do Estado; Aldenor Lima (União Brasil), eleito pela primeira vez à CMM com apoio de sua esposa, a deputada estadual Joana Darc (União Brasil); e Marcelo Serafim (PSB), filho do ex-deputado e ex-prefeito de Manaus Serafim Corrêa (PSB).

Governo e oposição. A composição da Câmara indica a necessidade constante de articulação entre os partidos da base governista e os de oposição. Por um lado, base governista conta com partidos que apoiaram a reeleição de David Almeida, como Avante, MDB, PSD, DC e Agir, juntos somam 17 cadeiras, representando pouco mais de 41% da Câmara. Isso demonstra que, embora David Almeida tenha uma base inicial significativa, ela não é suficiente para garantir maioria simples (22 votos) nem para alcançar os 2/3 necessários para aprovar mudanças mais estruturais (28 votos). Por outro lado, a oposição é composta por partidos como PL, Podemos, PV e PT, que possivelmente se alinham à oposição ou atuam de forma independente, possuem uma força expressiva com dez cadeiras, sendo capazes de influenciar o debate legislativo.

Os custos da governabilidade. A fragmentação partidária exige de David Almeida, uma capacidade elevada de articulação política para formar coalizões e evitar bloqueios legislativos. Essa fragmentação pode: aumentar os custos de negociação política; ampliar o pluralismo nas discussões; e gerar volatilidade partidária.

Representação ideológica. A diversidade partidária da Câmara reflete a pluralidade da sociedade manauara, mas também aponta para o fortalecimento de partidos com agendas pragmáticas e voltadas para questões locais, como urbanização, saúde e mobilidade. Ideologias tradicionais, como as defendidas pelo PT, têm representação limitada, enquanto partidos de centro e direita, como PL, União Brasil e Republicanos, mostram maior capilaridade no eleitorado local, sobretudo em Manaus.

A composição dos eleitos para a Câmara Municipal de Manaus em 2024 reflete um sistema político plural e representativo, mas altamente fragmentado. A gestão de David Almeida precisará demonstrar habilidade política para navegar em um ambiente legislativo diversificado, buscando construir consensos e mitigar os desafios inerentes à dispersão de forças políticas. Apesar das dificuldades, a fragmentação também oferece oportunidades para debates mais inclusivos e a representação de uma gama maior de interesses da população manauara.

Além dos mais, A Câmara de Manaus é majoritariamente governista e tem um perfil conservador de direita. A oposição é numericamente pequena, com destaque para o PT e PCdoB, que devem liderar críticas ao governo. O centro desempenhará um papel estratégico, podendo negociar apoio em pautas específicas. Essa configuração favorece a governabilidade para o prefeito David Almeida, especialmente em temas que não polarizem ideologicamente.

Considerações finais

As eleições municipais de 2024, de modo geral, consolidam um cenário de continuidade na política manauara, mas apontam tendências importantes para os cenários futuros na capital amazonense e no próprio estado. A reeleição de Davi Almeida consolida sua posição como uma das figuras políticas centrais do Amazonas. Também revela um certo enfraquecimento político do governador Wilson Lima, que se viu incapaz de levar seu candidato ao segundo turno e foi desdenhado pelos dois primeiros postulantes à prefeitura da capital na fase final do pleito. Da mesma maneira, se de um lado as eleições mostraram o vigor da direita conservadora em Manaus, de outro evidenciou também seus limites e um certo pragmatismo ideológico do eleitor manauara, que deu maior peso para questões locais na decisão de seu voto.

No que se trata da nova composição da CMM, há também um cenário de continuidade, revelado tanto pelo significativo número de reeleitos, assim como pela presença de políticos e famílias tradicionais no parlamento municipal. Da mesma maneira, mantiveram-se os quadros hiperfragmentação partidária e predominância de agendas pragmáticas voltadas para questões locais. O prefeito reeleito mais uma vez terá que negociar a formação de uma coalizão para assegurar maioria no legislativo, bem como terá que lidar com uma oposição que terá uma quantidade significativa de cadeiras capaz de influenciar os debates e aumentar os custos da governabilidade.